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Mostrando postagens de 2015

1 Sozinha

Esta infinitude de sentimentos, que estão a parecer devorar minha alma. Em um ambiente solitário em uma mente tão cheia de tudo. A TV esta ligada, posso ouvi a voz aguda, os gritos esganiçados da vizinha, é, de fato uma solidão ruidosa e dilacerante. Meus pensamentos borbulham, lembro- me das minhas primeiras lembranças, da primeira vez que tive consciência da minha existência, dos sabores que experimentei, de pessoas com as quais convivi. Suas vozes, feições, visitam minha mente rotineiramente mesmo elas já tendo partido. As minhas lágrimas os acompanham, ou talvez seja o contrário. Não tem ninguém com quem eu possa falar a esta hora da madrugada, mesmo que houvesse eu não sei se tenho o que dizer. Acho que eu só queria que alguém pudesse me decifrar sem que eu precise me descrever. Eu não quero alguém que escute minhas inquietações ou me traga uma solução.  Tem solidões de vida e presenças que a gente vive sozinho.

Irmão

Nós nos sentamos nas poltronas de nossa ancestralidade E em nossas consciências repousam indagações e incertezas Nós nos sentamos nas poltronas de nossa ancestralidade E sobre nossos corpos repousam as correntes, a solidão e a morte Nós nos sentamos nas poltronas de nossa ancestralidade E em prantos nos lembramos da desumanização que a 'humanidade' colocou sobre nossa pele, nossos traços, nosso sexo, nosso caráter... E, enfim, nós nos levantamos das poltronas de nossa ancestralidade, recolhemos a bagagem à nossa pequena mala do coração. Andamos descalços léguas com o sol escaldante e tempestades aterrorizantes sobre nossas cabeças Sujamos nossos pés com o sangue de nossos irmãos vitimados pelo racismo, violência e ostracismo Nós nos abaixamos recolhemos as almas de nossos irmãos ainda acorrentados,  nos deitamos ao lado d'outro agonizante Dividimos nossas dores, e, por fim nos levantamos com ele nos braços, Nós rasgamos a alforria;  Nós

Série: P.S.: Fones de Ouvido.

É comum meus amigos e parentes mais próximos, quando conto sobre a opressão que sinto sempre que vou pra rua, dizerem que "infelizmente essas coisas acontecem e eu preciso enfrentar" ou "se eu não me acostumei com isso até hoje (!?)" Não saio de casa sem celular e fonte de ouvido, ligo a música em volume alto o mais rápido possível, pois aprendi que parecem não achar graça quando eu não posso ouvir os insultos destinados a mim.  Também aprendi com o tempo a ter sempre óculos escuros comigo ou a não olhar muito para os lados, pois, novamente, qualquer ódio ou humilhação destinados a mim só são válidos se tiverem minha atenção.  Também percebo, sem muita dificuldade, a "sutileza" com que atravessam a rua ou descem da calçada quando eu passo, percebo também os sorrisos sutis de escárnio e as expressões de espanto, porque minhas roupas, meus óculos escuros de armação bacana e "meu jeito" não agradam de qualquer forma.  Poderia citar tudo o q

Mundo de Celly

Existia um mundo, colorido, cheio de nuances, de formas, de curvas, Neste mundo, quase tudo era permitido, um mundo sem refúgio. para aqueles que eram proibidos! Em meio à poucas árvores que nele ainda resistiam, resistia também uma menininha, pequena, franzina,  sempre tímida,  às vezes triste! Menina de pernas finas, Celly era seu nome, essa menina não se encaixa neste mundo, assim como tudo que ela era, um ser proibido, exortado, maculado, subsumido! Celly tinha em seus cabelos  um emaranhado de crespura, de doçura, de completa paz! Pássaros e abelhas adoravam nele fazer morada, e sussurravam nos ouvidos da menina, poemas doces e elogios insofismáveis! Os pássaros contrariavam o mundo, um mundo sujo, que tolera todas as cores, menos a cor da menina. Celly, é a própria transgressão da congruência, indecência, sub humana! Neste mundo, tudo era permitido, todas as cores, com exceção da cor da menina, pob

Apartheid

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O menino olha em volta, há céu aberto, vê-se tudo, a céu aberto nuvens fechadas. O menino olha pro lado, a ombros largos, barracos, ninguém. O menino olha pro auto, vê desenhos de alegria nas nuvens. Olha pra frente e não ver nada, Olha pra trás ver todos os seus. O menino olha pro mar, não vê horizonte, mar, areia, tudo sonho. Um menino sem mundo, sem caminho, destino traçado, nada! Marcélle de Lima

TRANSparente, Linda!

Era sexta- feira, dia de prenda das turmas de terceiro ano na minha escola, é uma tradição onde as pessoas se vestem de super heróis, heroínas, personagens de desenho é um rito de passagem para se deixar o ensino médio e adentrar na faculdade. Neste dia, a prenda era uma espécie de inversão de gêneros e é lógico que todos consideraram isso pura diversão, um dia para descontração. Mas eu sei, nós sabemos que é só mais um modo de reproduzir transfobia e reforçar que não estamos totalmente preparados para uma sociedade não cisnormativa, como homens debochando de travestis e mulheres reproduzindo o machismo que as aprisiona, desde sempre! Mas não escrevo isso não para protagonizar este momento, pois sou cisgênero, não! Faço isso para tentar representar os sentimentos percebidos neste dia e espero acertar. Ressalto que não a vi durante as aulas, não andei pelos corredores para saber sobre o que todos comentavam, mas durante os vinte minutos do recreio eu vi e tive vontade de chorar pe

Nunca Tivemos Fome

Quando eu tinha quatro anos minha mãe me deu uma notícia, disse-me que esperava outra criança, que seria meu irmão. Ah, eu dormi e acordei por dias com um sorriso alegre no rosto, mal podia esperar que os meses, que ela dizia que ele ainda demoraria passassem, os dias, se passavam como minutos, Em meio a isso eu via uma certa angustia no olhar dela, meu pai e minha mãe são o antônimo um do outro, ela a proximidade de assistência. ele uma distância próxima, incongruência. Minha mãe teve mãe, não tinha pai, ele a abortou junto com suas irmãs, àquela época mulher sem marido, sofria em dobro, e minha mãe sofreu com sua mãe, irmãs. Minha mãe carrega nas mãos os calos da menina que outrora foi, que mal tinha forças para carregar um caderno e já levava no lombo o peso do filho dos outros, da sinhá, ela escrava moderna, trabalhava para comer e pra morar! a fome deserda. Com meu pai não foi diferente, tinha mãe e pai, mas a fome também bateu-lhe à porta, e o vinagre ame

Os Pés das Meninas

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Tinha uma menina, pequena, franzina, curvada sob seus próprio ombos. Tinha uma menina, de pés largos, descalços, sozinha, sonhando. Percalços do mundo, carregava nas mãos,um mundo, pesado, em 500 páginas, leves! Folhas amareladas, desses longos anos, calhamaço passado de mão em mão, por décadas, nunca viu solidão abandono, só do irmão, que devora suas letras como pão! E a menina, a menina, lambia os dedos, como alguém que acabara uma refeição, para passar a outra página, curiosa, para saber um pouco mais sobre as letras, os versos, as prosas, a história, que é deles, que é nossa, que nunca foi de ninguém, negação! E a capa do livro já quase desfeita, enfeita mais uma mão, e enche mais uma mente, que sente, ao tocar a parte mais dura, mas mais suave, nela está escrita, História d'mãe África. A menina não é mais magra, franzina, comeu todas as letras, devorou cada vírgula, e cuspiu

O Mundo / As Pessoas.

O mundo quer tudo de nós, Mas quem nos prepara para o mundo? O mundo nos devora, mastiga nossas almas e cospe retalhos sub-humanos! O mundo da humanidade, a humanidade da perversidade a perversidade do desprezo, do menosprezo, O mundo é perverso, mas as pessoas são sua escória. As pessoas não nos mastigam e absorvem, como o mundo, as pessoas cospem em nós, nos diminuem, nos matam, O mundo é mundano, profano, incondicionado, as pessoas são estruturais, o mundo é o caus, as pessoas são a ordem, que provocando desordem, que tolhem. O mundo nos destrói, basta não se encaixar a este tabuleiro de peças, peças de encaixe, quebra cabeças, mas algumas pessoas não tem lugar nem todas as peças são dadas ao jogo. Essa humanidade conveniente, essa sub-humanidade, sub- cidadania, sub- integração, o mundo é o caus, nele você faz seu lugar, as pessoas são a ordem, e não te aceitam em lugares determinados. No final tudo é um coliseu, sua face, sua pele define se

É Mãe

É mãe, te vi a três dias, mas parece que uma eternidade nos separa. Ainda me lembro das suas frases de final de domingo,  aquele riso aberto, aquela mania de falar besteiras sobre o mundo e arrancar de mim um riso espontâneo. Aquele jeito doce, sereno, correto de me ensinar o caminho e logo depois da lição, soltar a minha mão e dizer, caminha sozinha, mas não só. É mãe, ainda lembro das suas concessões, das sua tristeza e batalha. Ainda lembro que você deu dois passos para trás para que eu pudesse buscar o meu sonho. Ainda sinto o cheio das suas roupas, a luz do seu peito ainda me guia pelo caminho, mesmo que tortuoso. É mãe, ainda lembro daquele dia, em que uma senhora na rua disse:  "- Que menina quietinha, como ela se chama?- e a senhora respondeu: "-Marcélle" Ainda sinto, foi aquela a primeira vez que me senti humana, verdadeiramente humana. Eu vi refletida na iris dos seus olhos minha imagem e ouvi dos seus lábios, os filhos são para o mundo

Um Poema Para Edson

Vi meus pés Estavam calçados pés cor de rosa Ouvi um som ao meu lado próximo, impessoal! Olhei novamente meus pés cobertos de sol era tarde de inverno e o som persistia Distraída aguardava o tempo passar mais um dia de trabalho estava feliz e era um dia de sol Concentrada nos meus pensamentos ainda ouvia aquele som provavelmente cães rasgavam o lixo a procura de algum petisco descartado Continuei vendo meus pés rosas contra o sol E permanecia feliz, mas agora curiosa Olhei pro lado não vi cães vi um homem escondido atrás do lixo lambendo seus dedos deliciando- se dos restos descartados Um homem, humano! e não vi mais sol Nem pés Já não havia mais felicidade nem o sol nem me distraio pois todos os dias quando me delicio do que não descarto penso em Edson Edson, o homem mais humano entre os desumanos de pés cor de rosa Marcelle de Lima

Sua Felicidade Reside em Você

É preciso descobrir a exata medida entre o perdão e a subserviência. Nenhuma relação ancorada  em uma submissão afetiva a outra pessoa pode ser considerada saudável. Cabe a você não permitir que a sua vulnerabilidade vire combustível de alguém dominador, cruel e desrespeitoso. Cabe a você, pois se formos esperar que o algoz seja realmente revelado, como tal, você se verá sozinha e em perigo, pois ninguém se importa com as peculiaridades de ser quem você é, Com seus traumas, Com suas paixões, Com seus percalços, Cabe a você, pois a quem deveria caber foi dada uma carta de autorização e de eximição de culpa. Portanto,  descubra a exata medida entre a completa solidão e a necessária segurança. E nunca se esqueça, cabe a você encontra sua própria felicidade e ela não reside em outra pessoa. Sua felicidade reside em você! Seja feliz! Marcelle

Legenda

Os dias sem legenda. ouço seus dedos dedilharem as cordas e tocarem as teclas do piano. Sua voz doce a sussurrar aqueles lindos versos de amor. Seus refrões, seu tom, sua paz. Uma compreensão sussurrada, Você não tem legenda Você me diz que é verdade, eu tento agreditar. Não entendo como ainda tenta me convencer! Em mais um dia sem legendas, Seu amor chega e me afoga, sua melodia comovente Balança-me entre dois mundos. Suas promessas, nossos planos. Você está perto demais meus dias estão sem legendas Por favor, não me machuque continue a recitar os poemas de amor que você escreveu para mim. Como você não se cansa? Faça-me flutuar nas suas legendas faça-me flutuar, flutuar... no seu amor... Permaneço sem legenda Marcelle de Lima

O Infinito

Eu não me lembro de nenhum natal em que tenhamos passado juntos.  Talvez você nunca tenha nos querido. Talvez tenhamos frustrado seu planos. Suas ideologias.  Nem um gesto de amor incondicionado. Parece que você foi criado já fadado a nos destruir.  Marcelle de Lima

A Acusadora e o Transgressor.

Eu não te culpo por preferir começar novamente à consertar seus erros, pois isso implicaria em admiti-los. Eu juro que não derramarei mais nenhuma lágrima pelo seu desprezo. Nem sequer tentarei puni-lo. Eu juro que acreditei que você me protegeria do mundo. Mas você nunca esteve lá quando eu estava em desespero. Nem sequer abdicou dos seus comportamentos quando você foi a causa deles. Você ignorou meus gritos. Você abafou meus sussurros. Eu simplesmente fui irrelevante em seu caminho e sou invisível em seus planos futuros. Você fez de mim um bebê carente, desejosa de sua compaixão,  implorando por qualquer gesto de carinho a que eu pudesse me apegar. Mas eu não te odeio. Meu amor familiar te tolera. Não derramarei mais nenhuma lágrimas pelo seu desamor. Algumas pessoas amam a si mesmas. Outras amam ao próximo. Prefiro não te conceituar, você tem mania de transgredir conceitos. Marcelle de Lima

Ruínas

Naquelas noites secas. Meus olhos procuravam sonhos. Parece que minhas lágrimas queriam umedecer e amolecer seu coração. Mas isso nunca aconteceu. Eu nunca me senti tão sozinha, quanto quando eu aguardava seu amor. A noite se tornava dia e minha dor ficava clara a medida que o sol tocava meu corpo. Poucas vezes eu senti tanta dor. Eu lutava contra a melodia que tocava em minha cabeça, era um som de morte. Não posso dizer que venci. Eu ainda morro um pouco a cada dia A espera de sua compaixão e amor. Você traiu aquele trato tácito de proteção. O meu chão se desfez mais rápido do que eu podia suportar sem morrer um pouco a cada parede de nosso lar que desmorronava. Só restou a melodia em minha cabeça. E ela dizia: proteja os seus. E eu os protegi. Mesmo perdendo uma parte da minha alegria de viver a cada dia. (isso não é um romance ) Marcelle de Lima

Eu te imploro, a ame!

Perceba a chance que você esta tendo. Seja pra ela o que você nunca foi ou quis ser pra mim. Faça ela se sentir importante, amada, única, da maneira que você nunca fez eu me sentir. Não deixe que ela tema você ou a força do seu desprezo desmotivado como eu senti. Entenda, nem todos podem tentar novamente. Brinque com ela quando ela pedir, a aceite como ela for. Minimize seus defeitos, não permita que seus insultos ou desamor façam com que ela se odeie ou se culpe. Pegue sua segunda chance e faça com que ela se sinta a primeira, a única em seu coração. A proteja assim como você nunca fez comigo. Nunca faça ela se sentir sozinha assim como você me forçou a sentir. Eu me reconstrui mil vezes, todas as vezes que você me quebrou. Eu morri mais mil vezes a cada grito seu. Não abafe as palavras dela. Ame-a mais do que a si mesmo,  da maneira como você nunca me amou. Eu te imploro, a ame. (Isso não é um romance) Marcelle de Lima

A Máquina

Esses dias são os mais difíceis para mim. Eu quase posso tocar a solidão a que você me aprisionou. Esses dias são difíceis,  neles eu podia sentir o gosto do seu desprezo. Um olhar seu me alimentava por semanas, até que seu ódio chegava e me quebrava denovo. Eu era sua máquina. Ao bel prazer da sua conveniência. Carente, Triste, Com sede de amor. Seu desassossego me fez ansear por uma paz que eu nunca pude tocar. Por um amor que eu nunca pude experimentar. Marcelle de Lima

O adjetivo

Sabe?! Eu queria ser livre! Eu sei que talvez eu não toque este meu anseio, talvez eu não possa segurar-la em meus braços e afagar-lhe amorosamente, a liberdade o meu amor platônico. O nosso destino,  a nossa história é condicionada por um conjunto de interesses e vantagens espúrios. Nós nunca fomos verdadeiramente donos dela. A liberdade pode ser comparada a um ser chegado ao aconchego, não chega e não vai embora sozinha. Então como poderiamos te-lá sozinha? Sem sua companheira a liberdade é amarga. Sua cônjuge é a senhora humanidade,  que assim como ela não aceita ser metade, condicionada. É simples, ou é tudo ou é nada. A humanidade é um ser complexo por isso a liberdade se apaixonou por ela. Pode ser adjetivo ou substantivo. Se ela não fizer parte substancialmente de todos produz injustiça. Mas a liberdade é um ser magnânimo não consegue dividir seu afeto com seu antagônico. E se a humanidade não pode ser substância de todos não chega sequer a ser adjetivo. E a liberd

Melodias Mórbidas

Eu tentei me esgueirar pelas minhas próprias histórias Tentei senti novamente minhas sensações Buscar uma paz que talvez não tivesse aproveitado ao máximo Ouvi melodias mórbidas Baladas, Boleros, Baterias, Ensurdecendo minha mente Tudo em vão! Tentei silenciar meus pensamentos Pois sabia que havia algo de errado em mim Essa angustia constante De não entender,  crer, ver Tentei sorrir com lágrimas nos olhos Olhei onde devia me afastar Tentei mais que tudo Temi mais que muitos Consumi minha dor, ri dela e chorei novamente É essa solidão tácita,  forçada,  forjada de ser algo e não alguém É essa solidão consciente,  inconsciente de não ser o bastante De não ser tão clara Nem tão subserviente Nem tão adequada Nem tão raza E eu chorei Não lidei com essas compilações de dores Sofrimento Amargura Solidão E me forjei em flor em nuvem de desaparição! Marcelle de Lima

A Balada de Celly

Eu tentei me esgueirar das minhas próprias histórias Tentei senti novamente minhas sensações Buscar uma paz que talvez não tivesse aproveitado ao máximo Ouvi melodias mórbidas Baladas Boleros Baterias Ensurdecendo minha mente, Tudo em vão! Tentei silenciar meus pensamentos Pois sabia que havia algo de errado em mim Essa angustia constante De não entender,  crer, ver Tentei, sorrir com lágrimas nos olhos Olhei, quando devia me afastar Tentei mais que tudo Temi mais que muitos Consumi minha dor, ri dela, e chorei novamente É essa solidão tácita,  forçada,  forjada de ser algo e não alguém É essa solidão consciente,  inconsciente de não ser o bastante De não ser tão clara Nem tão subserviente Nem tão adequada Tem tão rasa E eu chorei Não lidei com essas compilações de dor Sofrimento Amargura Solidão

O Gosto da Esperança

Eu chorei, pois lá no fundo eu achei que seria possível; E eu chorei, quando vi meu nome, ali, no topo da folha; Eu já estava acostumada ao fim da fila E eu chorei Pois estava muito distante e mesmo tão pouco era um mundo pra mim E eu chorei e choro agora pois nunca pensei nunca,  mesmo tendo acreditado Que chegaria tão perto! Que veria meu nome estampado em uma folha! E eu chorei Porque naquelas horas que se seguiriam eu sentiria o gosto da esperança E era doce e amarga Porque tudo estava muito distante Mas eu quis tanto, com tanta força,  com tanto amor, com tanta dor; Eu caminhei tanto, tanto E perdi meus chinelos e continuo descalça na possível, mas distante esperança de ver ao longe, meus objetivos. E eu chorei e choro agora Mas eu nunca vou desistir!

Eu Temo.

Vejo os seus dedos dedilharem as cordas, flutuarem no ar. Suas mãos acariciando o piano, eu posso sentir seus versos. Vejo estrelas em seus olhos. vislumbro o milagre do amor que você teima em me dedicar. Eu temo, Um dia você me disse que o amor não é uma ciência E que o progresso da humanidade estava a um passo daqueles que se atrevessem a aceitar um pouco de amor Talvez até dedica-lo. Você me ofereceu seu amor E eu temi, Você sussurrou aqueles versos Eu esperei que você partisse,  mas você permaneceu. Pensei que pudesse ler as pessoas e antecipar o momento em que elas me abandonoriam. Por temor,  fui prepotente. Sempre esperei que as pessoas quizessem algo, Você só me ofereceu, Amor, Você permanece. Não temo, não mais.