É Mãe

É mãe, te vi a três dias, mas parece que uma eternidade nos separa.
Ainda me lembro das suas frases de final de domingo, 
aquele riso aberto, aquela mania de falar besteiras sobre o mundo e arrancar de mim um riso espontâneo.
Aquele jeito doce, sereno, correto de me ensinar o caminho e logo depois da lição, soltar a minha mão e dizer, caminha sozinha, mas não só.

É mãe, ainda lembro das suas concessões, das sua tristeza e batalha.
Ainda lembro que você deu dois passos para trás para que eu pudesse buscar o meu sonho.
Ainda sinto o cheio das suas roupas, a luz do seu peito ainda me guia pelo caminho, mesmo que tortuoso.

É mãe, ainda lembro daquele dia, em que uma senhora na rua disse: 
"- Que menina quietinha, como ela se chama?- e a senhora respondeu: "-Marcélle"
Ainda sinto, foi aquela a primeira vez que me senti humana, verdadeiramente humana.
Eu vi refletida na iris dos seus olhos minha imagem e ouvi dos seus lábios, os filhos são para o mundo, mas você é inteiramente minha, então, caminha sozinha filha, mas nunca só.

É mãe, para cada lágrima sua eu devoro, absorvo, digiro um livro, como letras, para que um dia, quem sabe na mais vã vontade não meramente cristã, eu possa mudar o mundo, eu possa mudar a mim mesma, eu possa ser tudo que você sempre quis que eu fosse!


Marcélle de Lima
É mãe, você é meu conceito de amor, você é tudo!

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