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Mostrando postagens de novembro, 2015

1 Sozinha

Esta infinitude de sentimentos, que estão a parecer devorar minha alma. Em um ambiente solitário em uma mente tão cheia de tudo. A TV esta ligada, posso ouvi a voz aguda, os gritos esganiçados da vizinha, é, de fato uma solidão ruidosa e dilacerante. Meus pensamentos borbulham, lembro- me das minhas primeiras lembranças, da primeira vez que tive consciência da minha existência, dos sabores que experimentei, de pessoas com as quais convivi. Suas vozes, feições, visitam minha mente rotineiramente mesmo elas já tendo partido. As minhas lágrimas os acompanham, ou talvez seja o contrário. Não tem ninguém com quem eu possa falar a esta hora da madrugada, mesmo que houvesse eu não sei se tenho o que dizer. Acho que eu só queria que alguém pudesse me decifrar sem que eu precise me descrever. Eu não quero alguém que escute minhas inquietações ou me traga uma solução.  Tem solidões de vida e presenças que a gente vive sozinho.

Irmão

Nós nos sentamos nas poltronas de nossa ancestralidade E em nossas consciências repousam indagações e incertezas Nós nos sentamos nas poltronas de nossa ancestralidade E sobre nossos corpos repousam as correntes, a solidão e a morte Nós nos sentamos nas poltronas de nossa ancestralidade E em prantos nos lembramos da desumanização que a 'humanidade' colocou sobre nossa pele, nossos traços, nosso sexo, nosso caráter... E, enfim, nós nos levantamos das poltronas de nossa ancestralidade, recolhemos a bagagem à nossa pequena mala do coração. Andamos descalços léguas com o sol escaldante e tempestades aterrorizantes sobre nossas cabeças Sujamos nossos pés com o sangue de nossos irmãos vitimados pelo racismo, violência e ostracismo Nós nos abaixamos recolhemos as almas de nossos irmãos ainda acorrentados,  nos deitamos ao lado d'outro agonizante Dividimos nossas dores, e, por fim nos levantamos com ele nos braços, Nós rasgamos a alforria;  Nós

Série: P.S.: Fones de Ouvido.

É comum meus amigos e parentes mais próximos, quando conto sobre a opressão que sinto sempre que vou pra rua, dizerem que "infelizmente essas coisas acontecem e eu preciso enfrentar" ou "se eu não me acostumei com isso até hoje (!?)" Não saio de casa sem celular e fonte de ouvido, ligo a música em volume alto o mais rápido possível, pois aprendi que parecem não achar graça quando eu não posso ouvir os insultos destinados a mim.  Também aprendi com o tempo a ter sempre óculos escuros comigo ou a não olhar muito para os lados, pois, novamente, qualquer ódio ou humilhação destinados a mim só são válidos se tiverem minha atenção.  Também percebo, sem muita dificuldade, a "sutileza" com que atravessam a rua ou descem da calçada quando eu passo, percebo também os sorrisos sutis de escárnio e as expressões de espanto, porque minhas roupas, meus óculos escuros de armação bacana e "meu jeito" não agradam de qualquer forma.  Poderia citar tudo o q